Quando eu estava na graduação (ah! bons anos, não tão pregressos) meu saudoso orientador de Iniciação Científica, ao ler meu primeiro relatório, malaco de vida e de academia (não de ginástica, obviamente) que era, me perguntou se o que estava escrito na página x, era eu quem tinha escrito.
A página x continha uma linda paráfrase de um trecho pequeno do Processo Civilizatório de Norbert Elias. E vamos combinar? Quem eu queria enganar, né? Com 20 anos nas costas, parafraseando Elias assim na cara dura! Claro que eu seria descoberta muito facilmente. Saí da sala dele com as faces rubras e febris*, e reescrevi tudo e mais um pouco, citando timtim por timtim, o que era o que, da onde era e de quem era. Nunca mais cometi essa gafe mau caráter na vida e na academia (não de ginástica, obviamente). Mas é porque eu sempre tive vergonha na cara. Até demais. Coisa que, às vezes, atrapalha. Mas só às vezes.
Depois que eu virei mãe, e resolvi virar blogueira, assim, neccessariamente nessa ordem, eu descobri tanta coisa legal! Tantos blogs, tantas mães, tantos filhos! E um bocado de textos, ó! assim de excelentes! Alguns me pareciam tão, tão familiares que eu pensava que eu poderia ter escrito. Mas não os escrevi.
Não os escrevi porque apesar de na maternidade o material para assunto ser quase sempre o mesmo, o processo pelo qual vivenciamos o parto, a amamentacão, os cocôs, a chegada dos dentes, as madrugadas insones, os primeiros passos e por aí vai, são pessoais e intransferíveis. Então, eu escrevi os meus, que são tão, tão verdadeiros, exatamente porque são meus, e porque dizem respeito a mim, ao Tomás e ao João.
E como disse a Carol um dia, eu conheço cada linha do que eu já escrevi. E reconheço quando copiada. E na hora dá uma raiva, né? A gente até pensa em parar de escrever. E não é porquê um blog não tem tanta visibilidade, que a pessoa tem o direito de se apropriar do que não é seu de fato.
Mas aí a gente pensa na camaradagem entre as mães, nas amizades que a gente já fez, no retorno que a gente recebe, no MMqD que tá aí pra mostrar que tem muita mãe decente na praça, e resolve só escrever um post pra se aliviar.
Então seguiremos com vergonha na cara, que essa não nos falta, graças a deus, humildes, porém honestos. E para aliviar geral, mandemos todos os desprovidos dessa mesma vergonha à tonga da mironga do kabuletê!** Que é onde eles merecem estar! Seja lá isso onde for!
P.S.: Os * foram tirados de músicas (créditos logo abaixo), e eu bem que poderia ficar quietinha, uma vez que são tão pequenininhos. Mas eu não tive a ideia primeiro de juntar as palavras assim, dessa forma. E viva Chico e Edu Lobo, e viva Vinícius e Toquinho.
*Da canção A história de Lily Braun, Chico Buarque e Edu Lobo.
**Da canção A Tonga da Mironga do Kabuletê, Vinícius de Moraes e Toquinho.
ai que ruim… desabafe mesmo.
poxa.
e seus textos sao mto ótimos, viu? copiado nao tem metade da graca (nenhuma graca, aliás).
beijao
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Isso realmente é muito chato, pra que? Essa é a pergunta que faço… Fica tão bom quando a pessoa escreve do seu jeito, copiar não tem autoria, não leva nenhum crédito.
Agora, difícil a pessoa conseguir deixar igual aos seus… Adoro!
Espero que seu post sirva de lição.
Beijos, beijos
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Oi Carol! Obrigada!Grande beijo
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Oi Celi! Também me pergunto pra que. Enfim…
Eu adorei seu último post, vou lá comentar. Assunto interessante e muito bem abordado por você.
Grande beijo e bom domingo pra vocês.
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Puxa… Que coisa chata. Eu adoro seus textos e adoro dizer isso. Mas quando são copiados não serve de elogio, né? Vc fez alguma coisa? Denunciou a pessoa? Escreveu pra ela?
Beijos e não para de escrever não!
Lu
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Oi Lu! Eu mandei e-mail sim, mas não obtive resposta alguma. Não vou insistir.
Não sabia que era possível denunciar. Denuncio onde, como?
Beijoca
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Como assim, gente que copia blog de mãe? De vida materna alheia? Como assim minha gente?
Se a cidadã não deletar o que copiou, pó expor aê que a gangue das blogueiras unidas denuncia!!
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